terça-feira, julho 17, 2007

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Sobre o topónimo Casegas, diversas opiniões se têm levantado até hoje. A proveniência de Casa Egas, algum indivíduo que no passado aqui tenha tido grande importância, é porventura a hipótese mais plausível.O primeiro documento relativo à freguesia parece ser manuscrito do século XII. Diz-se que parece, já que a opinião é de alguns autores, como Arnaldo Saraiva, mas não estará totalmente confirmada. Diz o referido autor: "Trata-se de um apógrafo com letra do século XVI, mas que transcreve um manuscrito do século XII: uma carta de doação de Casegas à Ordem dos Templários, feita por Soeiro Fromarigues no ano de 1215 da era de César, ou seja, no ano de 1177 da nossa era. Seria esse manuscrito autêntico? Ou não teria sido forjado em data mais tardia em relação à que indicava como aconteceu com tantos outros documentos jurídicos medievais?" Curiosamente e para atestar a importância que esta freguesia teve ao longo dos séculos Casegas aparece no primeiro mapa de Portugal de que existe conhecimento. Foi feito por Fernando Alvares Seco, em 1561, e nele aparece claramente o nome "Caregas". A obra "O Mais Antigo Mapa de Portugal", de Amorim Girão, Joaquim da Silveira e outros autores, descreve com exactidão esta região da Covilhã e a clara menção de Casegas. O território de Casegas que já de si é grande, foi muito maior até ao século XIX. Assim, Ourondo foi um lugar da freguesia até 31 de Março de 1841, Cebola até 12 de Junho de 1887 e Sobral até 28 de Novembro de 1888. Ourondo e Sobral formaram a partir daí freguesias independentes. A freguesia teve durante parte da sua história os condes de S. Vicente como condes donatários. A nível judicial, era em 1839 da Comarca da Guarda, e em 1878 da Covilhã e julgado de Paúl. Facto importante da história de Casegas é a chegada do ensino primário oficial em data muito remota. Nos inícios da década de 70 do século XVIII, o Marquês de Pombal empreendeu uma ampla reforma do ensino. Assim, criou escolas de primeiras letras e escolas de gramática latina, grego, filosofia e retórica um pouco por todo o País. Em 11 de Dezembro de 1773, foi a vez de Casegas receber a escola primária e secundário (cadeira de Latim), facto que, no concelho da Covilhã, só aconteceu com a sede, Teixoso e Tortosendo. Desconhecendo-se a data da erecção paroquial de Casegas, sabe-se, no entanto, a quem esteve adstrita desde sempre. A paróquia era um curato da apresentação da vigairaria de Nossa Senhora da Silva do Castelejo, freguesia do concelho do Fundão. O seu cura tinha de rendimento anual dez mil réis em dinheiro e diversos géneros agrícolas. Quanto à igreja paroquial, foi construída em 1933-1934, e dedicada a São Pedro, sendo um dos templos mais bonitos de todo o distrito de Castelo Branco. O seu prospecto exterior é de uma beleza admirável, num estilo bem moderno. Em termos económicos, dir-se-á que o subsolo de Casegas é rico em estanho, volfrâmio, pirite e outros minérios, como acontece em grande parte do concelho. No entanto, a exploração mineira não é uma das principais actividades da sua população. São antes as actividades ligadas ao sector primário, aos campos, à natureza, como a agricultura, a exploração florestal ou a pecuária. A panificação, a serralharia civil, a construção civil e os lagares de azeite são sectores industriais que se encontram hoje num razoável estádio de desenvolvimento. O decréscimo demográfico nesta região tem sido uma realidade evidente nos últimos anos. Casegas não podia deixar de fugir à excepção. Em 1757, já viviam em Casegas cerca de oitocentos habitantes, e esse número subiu até aos 1800 em 1950. A partir daí, foi sempre a descer, devido à desertificação crescente que tem vindo a assolar o País, e neste momento regista cerca de oitocentos habitantes, afinal os mesmos que duzentos anos antes.

1 comentário:

isabel disse...

obrigada por estas informaçoes.
pois eu queria saber quantos habitantes tinha casegas e graças ao tempo que tu dedicas ao TEU blog,encontrei o que andei a procura a pouco tempo.
OBRIGADA CARLOS